(ENSAIOS FILOSÓFICOS)

Série

TRIBUTOS À HUMANIDADE

Mário Carabajal*

 

BASES E PRESSUPOSTOS
À FILOSOFIA RESOLUTIVA

 

Refletir é o ato de parar e pensar de forma profunda, observar os próprios pensamentos, experiências e o mundo ao redor.

Quando refletimos, transcendemos o ato mecânico de processar informações, nos abrimos para uma compreensão mais ampla do que vivemos e para o significado por trás dos acontecimentos.

Pode-se dizer que refletir consiste em um momento de pausa em meio ao fluxo acelerado da vida, que nos permite encontrar sentido, aprender com o passado, e imaginar o futuro. Mas não se limita a estes contornos.

Refletir significa focar nossa atenção em uma ou mais situações, fatos ou problematizações, em busca uma melhor clareza, para um esclarecer próprio, sobre tais elementos, de onde emergirão saberes, a auto-condução e posicionamentos que envolvam a ou as realidades focadas, e mesmo outras realidades sob os mesmos contornos e origens.

Parar para pensar é associado à refletir; pensar profundamente, observando os próprios pensamentos; como também as experiências vividas e o universo com o qual interage; de contato direto, indireto e mesmo de realidades distantes (como as guerras do outro lado do Mundo). Tudo isto envolve a reflexão. Mas não necessariamente necessitemos parar para realizarmos reflexões ou estas resultarem apenas do refletir induzido.

O ato de refletir, está presente segundo a segundo em nossas vidas, sem no entanto nos apercebermos de incontáveis conclusões a que chegamos. Seus efeitos, no entanto, como também os saberes resultantes, tornam-se latentes, para possíveis aproveitamentos futuros, desde que tenhamos sensibilidade para observarmos nos encontrar frente a situações análogas, verissímeis, de grande semelhança com aquelas que desencadearam o processo de reflexão e conclusões a que chegamos.

Escritores são expert’s em refletir, anotando e discorrendo em textos, os objetos sobre os quais refletem, como os resultados e conclusões alcançadas.

Se você já observou, nos poemas existencialistas bem se observam três componentes ou parres em definidas da reflexão poética, onde, em um momento inicial, os artistas desta área, apresentam uma problematização, imediatamente, evoluem em reflexões sob máximas de construções poéticas, finalizando com alternativas resolutivas.

Jornalistas, não menos escritores, em suas colunas diárias, semanais e mensais, produzem grandes reflexões. No jornalismo brasileiro, destacou-se o escritor Arnaldo Jabor, com as crônicas, frutos de profundas reflexões, estimulando um refletir por parte de seu público.

Imagine, para uma melhor compreensão, fatos plausíveis de visualização mental, em outra linha, não produzida por poetas ou jornalistas. Mas, isto sim, reflexões desenvolvidas por seres que não compartilham os resultados de suas reflexões:

… Uma família, com compromisso com horário para o cinema, ao observarem boa margem de tempo, resolvem retornar em casa. Na volta, o carro dá sinal de gasolina. Dirigem-se a um posto, abastecem e retornam até em casa. Ao saírem para o cinema, optam por um novo caminho e acabam batendo a parte de baixo do carro, levemente, em um cordão de calçada gerando um problema impeditivo de continuarem para o cinema. Dentro carro, enquanto o papai reflete sobre as alternativas resolutivas, uma das crianças Dimarrye (6 anos) diz:

– se não tivéssemos voltado em casa, já estaríamos no cinema.

O pai: – … sim, é verdade! Mas não é a nossa realidade, decidimos voltar e estamos sob outra realidade, a qual exige-nos refletir sobre o aqui e agora, em busca de soluções. Aquele outro caminho, não existe mais. Minha filha, o ‘se tivéssemos ’ nesse momento, não trará solução. Aquele seria outro caminho com os seus próprios desdobramentos. Esse é outro, caminho, com 9s seus próprios problemas.

Decididamente, o pai amarra uma corda no ferro que encostou no sistema e em um poste de concreto. Lentamente da uma ré e libera o sistema, chegando no horário ao cinema.

A mamãe, faz uma observação sob suas bases de reflexões:

– se tivéssemos seguido no caminho anterior, provavelmente teria faltado gasolina. Pois, não tem nenhum posto próximo àquela rota.

A filha:

A gasolina que gastamos para voltar até em casa e depois até onde estragou o carro, creio que daria para chegarmos ao cinema.

O menino, Júnior (4 anos):

A Dida disse ‘se’ papai… Pai:

Observem! Pelo fato de não havermos seguido aquele caminho, exigiu que você e a sua mamãe, utilizassem em suas reflexões as instâncias ‘provavelmente’ e ‘creio’. Pois, são realidades não vividas, passadas, sem efeitos, senão de reflexões e conjecturas, as quais não podemos validar experimentalmente. Certamente, ‘se’ por aquele caminho, estaríamos vulneráveis a outra realidade, sem saber-se os reais resultados. Agra, contudo, como passou, podemos, com uma calculadora, sabermos o quanto andamos e se faltaria ou não gasolina… Agora, vamos aproveitar esse final de domingo, de 6 de outubro de 2024, assistir ‘A Menina e o Dragão’.

A trajetória humana é marcada pela nossa capacidade de reflexão, que guiou nossa evolução desde os primeiros passos.

Da reflexão emergem saberes adormecidos ou nem mesmo antes observados.

No início, éramos criaturas movidas pela sobrevivência, pela necessidade de nos adaptar ao ambiente hostil ao redor.

Em boa parte de nosso tempo, e em especial nos primórdios a humanidade, a adaptação ao meio, com todos os desafios à sobrevivência, faziam com que os seres tivessem as suas ações conduzidas de forma mais reativa, instintiva e voltada, ao sobreviver, em confrontos diretos com animais, em constante disputa pela supremacia, sob um ambiente hostil.

Não obstante, à medida que evoluímos, ao enfrentarmos obstáculos, experimentamos uma expansão do neocortex, para o que, nos dias atuai, define-se como ‘plasticidade’. Assim, a mente humana desenvolve o poder de abstração, passando-se a observar além dos sentidos físicos, não apenas o que se apresenta em nosso campo de visão e audição. O Mundo e a realidade já não mais se limitava ao que estava diante de nós, passando-se a pensar também sobre o que não víamos e mesmo o que desconhecíamos, e a esta reflexão, mais profunda, pode-se considerar o princípio da própria filosofia. Muito, muito antes dos filósofos dos enunciados históricos. Sabe-se lá, de fato, quem fora o primeiro e grande filósofo da humanidade. Mais ou mens como nos dias atuais – temas, concepções e observações são constatados por pensadores diversos e anos depois algum pensador ou cientista conquista notoriedade intencional, como se fôra ele o primeiro a observar e revelar aquela concepção, como se originais fossem. Os seres costumam valorizar e oferecer créditos proporcionalmente à origem axiológica dos fatos. Um escritor, cientista ou filósofo sul-americano grita ao Mundo sem ser ouvido, enquanto cientistas da norte-americana e europa são naturalmente divulgados pela própria imprensa sul-americana. Sendo a flexão de ambos, muitas vezes, equivalentes, sobrepondo-se o status sócio-convecional de maior valor axilógico, naturalmente.

Contudo, independentemente de créditos e status, deste as primeiras ferramentas inventadas, criadas pela mente humana, rudimentares, de pedra, até as complexas e mais modernas tecnologias, todas conta com uma origem comum – a reflexão se fez e faz motor das invenções.

Quando os seres humanos, por exemplo, descobriram o fogo, mais do que se aquecer e cozinhar, observaram temor ao mesmo por parte dos animais com os quais disputavam espaços. Isto, graças a um refletir sobre fatos concretos resultantes de observações diretas, de incontestáveis resultados, e assim nascia às ciências, também distante do que se têm como pilares históricos das ciências. Possibilidades infindáveis ganhavam vida, quanto maior se fizessem os níveis de reflexões humanas. O fogo elevou a segurança contra seus predadores, permitiu aos seres maior relaxamento e descanso, ‘alimentação’ animal, maior tempo para convivência social em grupo, com trocas de experiências, transmissão e aquisição de aprendizados, nascendo a primeira universidade humana. Longe, muito longe de registros históricos, com efeito contudo, científico- cultural, de constatações e histórias, transmitidas de geração para geração.

 

Sob tais pressupostos, assim, as civilizações antigas, por meio da reflexão, deram origem à complexos sistemas, onde crenças, filosofias e ciências, nasceram para se perpetuar, como linhas em máximas de interesses e buscas humanas. Com o avanço do tempo e natural evoluir de tais sistemas, em forma de pilares, como seres reflexos, de um evoluir ininterrupto das dinâmicas mentais, reflexivas e observacionais, sem mais temerem outros animais, surgem, na Grécia antiga, filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, os quais otimizam a longa construção de saberes, passando a dedicar suas vidas, integralmente, à reflexão, por questionamentos profundos sobre os mais variados temas congruentes à vida, ética, natureza do ser… Refletiam sobre o próprio pensar, sobre a origem e significado da vida, sobre o lugar do homem no cosmos, impulsionando dessa forma o avanço da civilização ocidental, definindo grande parte dos princípios que seguimos até os dia atuais.

Em sequência, na Idade Média, surgem novos desafios, exigindo um olhar reflexivo ao seu tempo, em busca de um maior equilíbrio entre fé religiosa e conhecimento observacional e experimental. O Mundo de então só conquistou esse equilíbrio contudo com o Renascimento, por constituir-se na valorização do conhecimento clássico, com maior abertura para o questionamento, elevando a reflexão a novos ciclos de avanços, com total abertura que nos impulsiona às ciências modernas, com maiores possibilidades à explorar os limites do conhecimento humano.

Refletir propicia o evoluir. Comprovadamente, ao longo dos séculos, o ato de refletir têm transformado a vida e as relações sobre Planeta. Da Revolução Científica à Revolução Industrial à Era da Informação, em nossos dias. Inequívocas as observações daqueles que questionam esse evoluir. Afinal, morrem no Mundo, aproximadas 20 Mil pessoas em decorrência da fome. Guerras e corrupção depõem contra estarmos evoluindo. Mas, observem, aqui estamos, como outras centenas e mesmo milhares, milhões e bilhões de pessoas no Mundo, refletindo, questionando e reprovando estes senhores e indústrias que mantém estreitos interesses econômicos sobre os resultados das guerras, com Trilhões em retornos de capitais. Dessa forma, em seus respectivos tempos e consequentes problematizações, o refletir se impõem em respostas à realidades intrínsecas e conjunturais, considerando cada novo passo, cada nova criação, dimensionando impactos, ética, moral, resultados positivos e negativos, como em uma balança, os benefícios, em arrecadação de impostos, e os malefícios, em doenças, desestruturação familiar, ocupação de leitos hospitalares e aposentadorias, advindos das indústrias do fumo e do álcool, como o que resulta das guerras. Os seres reavaliam constantemente o seu papel na Terra, como o impacto deixado para as gerações futuras, relações entre os seres, Nações, exploração de recursos naturais e meio ambiente…

Tais evidências, de contundentes assertivas, nos levam a crer e mesmo afirmar, traduzir-se a trajetória humana em uma contínua sucessão de eventos, os quais se apuram no caminhar por ininterruptas reflexões, atuando uma sobre a outra, com forças, ora, diametralmente inversa, em outros momento, em congruência, com projeções em desdobramentos, sempre sob os olhos atentos da humanidade. Observe-se que até mesmo a absurda guerra já não mata mais indiscriminadamente. Os alvos são mais pontuais, de efeitos mais voltados ao abatimento moral dos antagonistas, como também, em um monumental jogo econômico – indo ao encontro dos interesses das indústrias bélicas. Ao abater um avião ou tanque de guerra, outro haverá de ser reposto, envolvendo milhares de dólares. A precisão dos ataques se apuram, casa vez mais. Se vê com mens frequências aqueles bombardeios indiscriminados, sobre a população civil. E a isto, pode-se considerar progresso? Não! O progresso está para a guerra, assim como cultura está para a anticultura. O enfrentamento da ‘anticultura’ de guerras, não as transforma em uma cultura de paz. Continuam, em maior ou menor intensidades, anticulturas de guerras.

De fato, nossa história pode ser resumida como uma sucessão de tentativas, ensaios, erros e acertos de sistematizações, orientados pela capacidade genuína dos seres de pensar além de um imediato presente; de imaginar e prospectar alternativas de futuros plausíveis de possíveis caminhares lado a lado, em um Mundo equilibrado, sem guerras, fome e corrupções; de questionar o presente; de um harmonizar-se com a natureza; de um empreender mais leve subsistencial; de um Mundo mais respeitoso, reflexivo, menos ganancioso; com menores invejas e recalques sobre os sucessos daqueles que os conquistam pela harmonia, trabalho e árdua dedicação… O que bem nos apresenta o passado, é a capacidade humana de superação, de transformação de realidades. Tudo, sempre, graças à reflexão e o desejo puro em acertar e fazer do Mundo um lugar pleno para se viver e receber as futuras gerações. Entregando-se a cada geração, um lugar melhor para se viver.

Quanto mais avançamos no passado, melhor nos localizamos no presente e mais fácil se torna construir e projetar um futuro. Costumamos dizer que aqueles, ditos utópicos e sonhadores em seu tempo, quanto mais sonham, maiores se apresentam as transformações, concretas, por estes sonhadas, para as gerações futuras. Sonhar com um Mundo melhor, é o mínimo que podemos fazer e deixar clarificado aos novos habitantes da nossa solitária Terra. Solitária por ser o único planeta a abrigar e contemplar a vida ‘humana’ em nosso Sistema Solar.

A reflexão nos projeta, nos faz voltar, inventa e se ausenta, nos permite criar, nos faz parar e até nos deixa nus, desviando-nos e fazendo curvas em buracos sem que nos mesmos tenhamos de pisar. Na reflexão, passado, presente e futuro se unem e se fazem nossos maiores professores e orientadores, evidenciando caminhos e decisões consistentes no aqui e agora, otimizando-se o passado e moldando o futuro, resumindo- se a reflexão, como já o dissemos, no motor de maior poder disponível gratuitamente aos seres ‘alimentados’. Há diferença gritante entre o poder de pensar entre aqueles que se alimentam minimamente bem e os seres que não gozam desse direito. Como também daqueles que são vítimas de descaminhos, ainda permitidos e incentivadas por letras de músicas à gritarem livremente, em rádios, blog’s, sites e tv’s, sob a equivocada bandeira de liberdade de expressão, induzindo seres ao erro. Muitos, irreversíveis.

Sempre, em nossas reflexões de diálogos com o Mundo, contemplamos recorrentemente alguns temas, como fome, guerras, escravidão moderna, corrupção, anticultura, educação/avaliação, drogas lícitas… Como a indução, por letras de músicas à degradação humana e mesmo à morte. Letras como “… e p’rá sair da solidão, é com a latinha na mão… ou … morrendo com uma corda no pescoço…” entre centenas de pseudo- artes musicais, são, isto sim, criminosas, e necessitam ser contempladas como crime contra a humanidade, por levarem os fãs e admiradores à cometerem erros graves de condução existencial. No tocante a anticultura, um jovem, suicidou-se, por enforcamento, após ouvir por várias vezes a psicossugestão contida na letra da música do artista musical brasileiro Amado Batista, que sugere “morrendo com uma corda no pescoço”. Muitas sugestões desses artistas inconscientes, surtem efeitos negativos sobre os seus pobres e indefesos fãs, como outra letra que afirma ser a mesa de bar e consequentemente a bebida os melhores amigo para a cura de males emocionais decorrentes de relacionamentos. Isto é uma afronta à vida. A mesa de bar, como contextualizada na referida letra de ‘Mesa de Bar’ deste inconsequente senhor, nada mais pode levar aos seres senão o total desencontro e perda do domínio sobre os problemas que o afligem. Agravando, sempre, ainda mais os seus problemas. Na ALB ‘Da Ordem de Platão’ (Academia de Letras do Brasil), a contrário de quase a totalidade das academias e instituições lítero-culturais, os Membros são incentivados à práxis produtiva de Obras, ou partes de suas Obras, dedicarem especiais atenções as grandes problematizações humanas – uma destas orientações consiste nas Seccionais, por meio de seus gestores e Membros, promoverem o levantamento de letras musicais nocivas ao evoluir humano, promovendo a crítica aos seus elaboradores, na esperança de encontrar retornos e evolução de pseudo-artistas, descomprometidos e inconsequentes, avançando a um fazer e produzir letras musicais que, de fato, levem ao entretenimento e, se possível, a uma vida de encontros, equilíbrio, bem estar familiar e sucessos.

A contra-educação não está muito longe. Um jovem, após apanhar do pai, empresário, por um bilhete enviado por uma inconsequente professora, tolhida do real conceito e práxis de Magistério, tratando de nota vermelha do filho, também suicidou-se, quando da segunda nota vermelha e novo bilhete da professora, por saber que voltaria a apanhar. Falta a consciência de pais e professores que a nota vermelha de um aluno, remete, em especial, a própria falta de didática e capacidade de motivar o aluno ao aprendizado. Com severa falta também dos pais. A nota vermelha revela incapacidade do professor, pais, estruturas falhas familiares e escolares e jamais do aluno. Por sua vez, vítima de um sistema de interesses financeiros, mega bilionário, onde cada cabeça ‘de aluno’ representa mais recursos a serem desviados. O diagnóstico das dificuldades de um aluno e dos pontos que necessitam de reforço, para aqueles que são professores de fato, é algo simples de ser levantado e as barreiras derrubadas. O sistema público é vergonhoso. Ainda que não generalizado, as escolas fazem-se QG’s de afazeres pessoais de gestores e professores, sem os reais compromissos para com as crianças. É aquela situação onde professores fazem de conta que ensinam, os alunos fazem de conta que aprendem, pais fazem de conta que estão satisfeitos, somando assim ao sistema, por cabeça, para a canalização de recursos federais aos municípios, sempre sedentos por capitais, sem uma reflexão mais profunda e um pensar consistentemente voltado à resolução dos respectivos problemas que envolvem a educação. Nesse tocante, compete aos Imortais pensadores ‘professores’ competentes na arte de escrever, impulsionar o progresso do pensamento na área educacional. Não basta despejar conteúdos sobre os alunos. Mister a necessidade de despertarem interesses dos mesmos sobre os conteúdos, objeto este da didática, em nossos dias acomodada, abrindo-se a lacuna que está sendo preenchida com excelência pela tecnologia educacional, com produções de conteúdos áudio visuais capazes de canalizarem, envolverem e inserirem as crianças e adolescentes em um verdadeiro contrato de ensino-aprendizagem, como também se observa nos caros e tradicionais cursos de línguas estrangeiras, dando lugar a gratuidade de ofertas de cursos de excelência, por idealistas que dominam línguas e se propõem partilhar, sob o revolucionário sistema de likes que se lhes oferece rentáveis retornos financeiros. Onde os seres, se plenamente satisfeitos, oferecem a mais plena, nobre e democrática forma de pagamento, em forma de Like – primeira moeda global, de uso equânime, sempre com margens à discriminação. Só utilizada por seres na proporção direta de sua capacidade de acesso à internet.

Em dado momento de minha vida profissional, em Brasília, no Ministério da Educação, após negar-me assinar o endosso à compra de computadores sucateados e superfaturados da França, fui penalizado com a destituição de minhas funções e Cargo de Confiança, sendo lotado em uma escola de periferia, enquanto aqueles que assinaram, tiveram passagens e hotéis pagos, com direito a fotografias frente a Torre Eiffel, e Paris.

No primeiro dia na escola, observei a totalidade dos alunos comendo com as mãos. Dirigi-me à diretora, pedindo-lhe permissão para modificar aquela realidade. Sua resposta foi autorizativa, contudo com a observação de seria inglória tal tentativa, passando a relatar haver distribuído colheres, enviado bilhetes aos pais e solicitado o auxílio dos professores. Sem quaisquer sucessos. Dois minutos depois, para não perder o intervalo, me encontrava, com uma planilha, perguntando a cada aluno que comia com as mãos, o nome de seu professor. Com 30 minutos em minha nova escola, visitei, sala por sala de aula, lendo o resultado de meu levantamento, com x alunos da professora tal, y alunos da professora B, d alunos da professora C, comendo com as mãos. Prometendo no próximo dia voltar a informar novo levantamento. No da seguinte os índices caíram aproximadamente em 98%. Em uma semana não se encontrava um aluno mais comendo com as mãos.

Por que o relato supra? Para afirmar haver sempre uma abordagem assertiva à resolução de problemas de aparentes insolúveis respostas.

Avancemos em reflexões. A escravidão moderna, bem observa-se no exemplo

infra:

– os lixeiros, de fato agentes de saúde pública, mal remunerados, em dado momento, observei um com ferimento relativamente grave em uma das pernas. Parei, dirigi-me ao mesmo, sugeri: – boa tarde, pare e vá buscar auxílio médico para o seu ferimento.

Ele: – já tentei. Olhe lá embaixo daquela árvore aquele senhor om aquela caderneta. Aquele é o apontador. Ele disse que se eu for, ele irá apontar da caderneta e descontar o meu dia de trabalho. Eu tenho filhos, preciso desse dinheiro para comprar alimentos, pagar aluguel, água e luz.

Ora, qual a dúvida, o chicote apenas foi substituído por uma caderneta. O feitor, pelo apontador. O castigo, em forma de chicotadas, evoluiu para a chantagem emocional, de repercussões na vida daqueles que os ‘escravizados modernos’ mais amam, retirando- lhes os alimentos da boca, cortando a sua água e luz.

A esta filosofia resolutiva, de difusão por via literária, a ALB incentiva ser alardeada. Não é possível contemplar-se somente o belo, as cores e lindos livros, sem paralelamente erguer-se a voz, em letras, em favor daqueles que além de não terem voz, também não têm vez, não dominam as letras, sem prestígios e status sociais, são pisoteados e escravizados, na frente dos nossos olhos, sem que os nobres Imortais, como todas as demais classes, virem as costas à esta problematização. Nossos livros, nosso teatro, nossos quadros devem expor tais realidades, fazendo com que os políticos conscientizem-se, transformando e promovendo mudanças significativas, em prol do

 

humanismo no trabalho. Políticos e militares, extremamente bem pagos, em seus contracheques, recebem um gordo auxilio moradia. Ora! Está errado! Esse auxílio moradia deve, necessariamente ser retirados desses segmentos e canalizados para aqueles que, de fato, necessitam, como os nossos super-heróis, os lixeiros, os quais, faca vento, faça sol, chuva e tempestades, estão nas ruas, promovendo a assepsia de nossas cidades…

 

Refletir, sob este amplo contexto é o que permite aos seres também aprender com vivências, pessoais e de terceiros.

 

Em síntese, refletir é o que nos permite aprender no presente sob bases do passado e moldar o futuro, planificada, filosófica ou projetivamente. Sendo essa habilidade, refletir, a base da administração, engenharia, matemática, astrofísica, astroquímica, e todas as demais ciências, em especial política. Não obstante, o refletir constitui-se no mais competente e poderoso motor da evolução humana.

A filosofia, em especial a ‘Resolutiva’, adotada pela Academia de Letras do Brasil ‘Da Ordem de Platão’ – ao contemplar as grandes problematizações humanas, como guerras, fome, escravidão moderna, corrupção e agressões contra grupos vulneráveis, pode nos guiar rumo a soluções mais úteis e resolutivas, sobretudo humanas. Essa linha filosófica tem como princípio básico o aprendizado contínuo e a adaptação às condições do mundo real, sempre buscando melhorar as circunstâncias humanas.

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Mister a coerência prático-filosófica

A Fome, como exemplo, a qual mata, absurdamente, aproximadas 20 Mil pessoas diariamente no Mundo, em plena Era da Comunicação, cabalmente remete e coloca à Humanidade entre os extremos de uma efetiva Era de Ensaios e Erros, reafirmada pelas Guerras, Corrupção e Ganância Financeira sobre a vida humana, e em outro extremo, a Era Preludial de Acertos, evidenciada pelos avanços tecnológicos e intercomunicações mundiais.

Ao longo da trajetória da humanidade, a reflexão profunda sobre nossos desafios nos permitiu reconhecer padrões de sofrimento e desigualdade e buscar soluções que, quando aplicadas de forma inteligente, podem transformar realidades. E a melhor madeira de fixar-se essa linha de reflexão, encontra-se em uma Academia de Pensadores com identidade com o nosso tempo, focando os problemas que mais afligem a humanidade, como:

  1. Fome

A fome, que ainda ceifa a vida de cerca de 20 mil pessoas diariamente, é um problema global que persiste apesar de avanços em produção agrícola e tecnologia. A Filosofia ‘Resolutiva’ nos leva a refletir sobre como chegamos a este ponto e, mais importante, sobre como corrigir o curso. A fome não é mais um problema de escassez de alimentos, mas de distribuição ineficiente, de desperdício e de sistemas econômicos que marginalizam os mais pobres. O pensamento resolutivo exige que reestruturemos nossa abordagem à alimentação, por meio de políticas que priorizem a justiça social, a redução do desperdício e a tecnologia sustentável, com foco em erradicar a fome, ao invés de aceitá-la como inevitável. Mais objetivamente, Filosofia Resolutiva nos exige um norte resolutivo, ainda que minimizativo, e este deve ser capaz encontra-se em uma esfera superior aos efeitos das guerras, produções de alimentos, desemprego, poder aquisitivo, distribuição de renda, transporte, armazenamento e distribuição de alimentos… A Resolução erradicativa e ou mesmo minimizativa da Fome no Mundo deve se apresentar de forma pontual, local, eficiente, de possibilidades contributivas por governos e sociedade civil, acessível a todos a curto prazo, sustentável, adaptativa às múltiplas realidades climáticas, saudável, sem contra indicações, perene, de simples implantação e resultados assertivos… Aparentemente não existe uma solução sem antes por fim as guerras, gerar empregos, investir-se em estradas, armazenamentos de grãos, correções de solo e maquinário agrícola. Parece somente! Porque há resolução à Fome no Mundo. Encontrando-se esta ao alcance da participação conjunta de governos, populações e instituições privadas, não governamentais, mistas e fundações que se dedicam à resolução desta nobre e prioritária, entre as mais prioritárias necessidades humanas. RESOLUÇÃO: Para Erradicar-se ou minimamente reduzir-se significamente os efeitos letais da Fome no Mundo, necessitamos ser, sobretudo simples, enxergando e contando com o que de mais simples, todos os seres têm ao alcance de suas mãos – sementes e ou mudas de árvores frutíferas – para colocar no solo, com carinho e amor, consciente que este aparentemente simples ato, consiste na maior revolução alimentar que pode ser empreendida pela humanidade. Cada ser, ao praticar esta ação, estará integrando e assinando corroborativamente, como co-autor, o maior e mais poderoso Projeto Humano Conjunto, de todos os tempos. Pois, além de exercer papel fundamental à Erradicação da Fome no Mundo, a Humanidade estará dando um importante passo à preservação do Planeta, dotando nossas cidades de indústrias naturais de produção de oxigênio, indispensável à vida. Aqueles com maiores poderes de comunicação, influência, recursos financeiros privados, associativos e de gestão pública, poderão mais contribuir, divulgando, formando opinião, investindo, distribuindo sementes e mudas adaptadas às realidades locais e naturais de solos… O Mundo pode e deverá se transformar em um verdadeiro paraíso, acolhedor e com alimentos naturais, saudáveis, sem contra indicações e gratuitos para todos, independentemente das complexas resoluções sobre os interesses financeiros das indústrias bélicas, distribuição de renda, emprego… Imagine-se uma única quadra de cidade, com três árvores frutíferas frente a cada residência. Agora imagine um bairro inteiro. Permita-se agora visualizar uma cidade, com milhões de árvores frutíferas, onde quaisquer crianças, jovens, adultos e idosos, com um simples erguer de braço, tenham imediato acesso à frutas, saciando a fome e levando alimento sadio à boca, com substanciais e subsistenciais vitaminas ao organismo! Para tanto, você e o máximo de suas ações nessa direção faz-se indispensável, oferecendo entrevistas, gravando vídeos e postando na internet, dedicando parte de suas produções literárias e musicais, influenciando familiares, vizinho, amigos, clientes, fãs, seguidores, gestores e políticos. Cada um, com os recursos ao seu dispor. Observe-se, infra, o pensamento da Diretora Global da ALB Humanitária:

“Imagine um empresário ou industrial, disposto a encampar a co-autoria do Fim da Fome no Mundo, distribuindo mudas frutíferas aos seus funcionários, conscientizando-os da importância desse projeto global, humano e resolutivo da maior problematização contra a vida, de aproximadas 25 Mil mortes diárias, em decorrência a Fome no Mundo. Imagine se professor, com toda a sua capacidade criativa, o quanto poderá somar à Erradicação da Fome. Da mesma forma, pastores, padres, influencers, militares, trabalhadores, artistas, atores, roteiristas, todos, construindo, paralelamente as suas atividades, um Mundo sem fome.

Digno, muito digno de nosso tempo. Oferecendo às gerações futuras um Mundo Melhor, com todos os seus problemas e complexidades. Mas, sem a desumana Fome”. (Bel. Dinalva PB Carabajal, Diretora Global/ ALB/Humanitária. Juíza Arbitral, Doutora em Direitos Humanos ‘OMMDH’. Embaixadora, para o Brasil, da Divine Académie Française des Arts Lettree et Culture)

  1. Guerras

As guerras, que historicamente sempre causaram destruição em massa, são uma evidência de nossa incapacidade de resolver conflitos por meios pacíficos. A filosofia Resolutiva observa, não exatamente a incapacidade resolutiva sem conflitos e guerras. Mas, isto sim, a distorção dos caminhos ideais, de paz, motivados por ambição desgovernada de interesses financeiros. Todo conflito encontra em suas bases, necessariamente, alguma espécie de interesse, sendo aquelas sobre o patrimônio e capitais, as que mais geram conflitos, invejas, inimizades, resultando em golpes, mentiras, guerras… Uma visão resolutiva, instigando a humanidade a evoluir para formas de cooperação e negociação que transcendem o uso da força, consiste na produção de bens de capitais de interesses governamentais proporcionais aos lucros que geram as indústrias da guerra àqueles que as promovem. Não obstante, encontrando-se tais potenciais na reutilização das tecnologias de guerra em prol da vida… A precisão dos modernos mísseis atuais, podem ser redirecionados para necessidades úteis de transportes. Um exemplo negativo, mas aproveitável, encontramos no bombardeio de balões com lixos e estrumes sobre a Coreia do Sul, enviados pela Coreia do Norte. Poderia a carga ser alimentos, para países onde as populações sofrem por sua falta. Mas, ao menos, foram lixo e estrume, e não 635 mil bombas laçadas pelos EUA, ao unir-se à Coreia do Sul, marchando e pisando sobre a Coreia do Norte, entre 1950 e 1953, resultado na morte de aproximados 20% da população, destruição de 5 mil escolas, 1000 hospitais e 600 mil residências. Só sendo refreadas as ofensivas pela intervenção da China. O lixo e estrume atual, em 2024, por incrível que pareça, neste contexto, representa evolução. Mas, há muito o que evoluir. Uma utilização consciente e eficiente de mísseis e bombas, encontramos, otimizativamente nessa mesma história. As 635 bombas laçadas sobrea Coreia do Norte, devastou o país, deixando contudo, ao menos, um ponto positivo. Poços consequentes aos bombardeios surgiram, elevando, em muito, as áreas à produção de alimentos. Colocando a Coreia do Norte em papel privilegiado na produção de grãos.

A era moderna trouxe organizações internacionais, tratados e diplomacia como ferramentas para substituir a violência, mas a natureza humana e falhas nos sistemas de governos, ainda permitem decisões isoladas de governantes, sujeitos as suas tensões e interesses pessoais serem refletidas em conflitos e guerras. Muitos governantes, suas preocupações e monstros internos se fazem os próprios pivôs de dissidências em seus países, induzindo os cidadãos à reagirem, como cobaias, ao antagonismo de opiniões com extremismos e agressividades, objetivando e união à construção de governos autoritários, sob estratégias fascistas de desconstrução de conquistas sociais, manipulação da inocência da fé, incentivos ao armamento das populações civis, ataques à liberdade de imprensa e poderes judiciário e legislativo. Onde observa-se, nas bases de desconstrução das democracias: ‘fake news’, desmoralização do poder judiciário, imprensa, cultura e ciências – aproximação extrema com o poder militar, rompimento com valores e políticas conjuntas internacionais, aproximação de governos autoritários e incentivos ‘revolucionários’ à população. Tudo, para a conquista de unidade à tomada de poder. Só não resultando em sucesso, tais planos desvairados de poder, frente a um poder judiciário e legislativo fortes, maduros e conscientes; um poder militar consequente e de elevada responsabilidade à manutenção da democracia. Ainda, à manutenção democrática evolucionista, necessita o país contar com um mínimo de 51% da população politizada, para não sucumbir às práxis orquestradas e tentações de um falso nacionalismo. Como aqueles conduzidos pelos pseudo-mitos de Mussoline, na Itália; Fidel Castro em Cuba; e o sistema bolivariano de Hugo Chavez, na Venezuela. Mais recentemente, em 2022, no Brasil, na mesma linha, ‘tentou Bolsonaro’, porém com insucesso, graças a uma população consciente e politizada, um judiciário, legislativo e poder militar maduros, consolidados e comprometidos com a democracia. Uma máxima dos líderes fascistas e autoritários, por nós presenciada em viagem à 2002, em plena implantação do ‘Regime Bolivariano’ ouvimos dele próprio, em sucessivos pronunciamentos em chamados às populações à unidade ‘nacionalista’ por meios televisão e rádios, onde os finalizava dizendo: “Pátria, Revoluciòn ou Muerte”. Atraindo assim as suas pobres e inocentes presas/vítimas, à lutarem ao seu lado, para mantê-lo no poder, erguendo a bandeira venezuelana. Nos dias atuais, decorridos 22 anos, a população, faminta e perseguida por seu sucessor e ditador, Maduro, como refugiados, fugindo daquele sistema extremista, invadem o Brasil, Colômbia e Guiana Inglesa, dentre outros países da América do Sul, como também da América Central, em busca de um mínimo de dignidade, trabalho, alimentos, escola e saúde pública assistencial.

 

Sendo as pseudo-revoluções, no contexto supra, isto sim, o pluralismo de opiniões com contornos unilaterais de uma utópica condução política nacionalista.

Evoluir, na linha de análise e reflexão, sobre conflitos e guerras, encontra-se na detecção de sintomas de hostilidade, em suas tenras origens, em busca de formas mais eficazes e idealisticamente preventivas, de lidar com as causas subjacentes dos conflitos

— como a desigualdade, a intolerância e o controle de recursos — de modo a evitar as guerras e promover a paz duradoura.

  1. Escravidão Moderna

A escravidão, que tecnicamente foi abolida, ainda sobrevive na forma de servidão moderna, onde milhões de pessoas vivem e trabalham em condições degradantes. Essa forma “modernizada” de exploração humana desafia o progresso que alcançamos em termos de direitos humanos. A filosofia evolutiva, útil e resolutiva, exige que vejamos além das fronteiras econômicas e culturais que perpetuam essas práticas. A tecnologia, juntamente com a pressão social e legal, pode ser usada para expor e erradicar essas formas de escravidão. Evoluir como sociedade requer o fortalecimento de direitos trabalhistas globais, políticas de inclusão e oportunidades equitativas que evitem que a servidão prospere em sistemas econômicos vulneráveis.

  1. Corrupção

A corrupção, que perpassa todas as esferas de governo e negócios, mina a confiança pública e perpetua desigualdades. A filosofia evolutiva aqui sugere que devemos continuamente buscar mecanismos de transparência, governança responsável e, sobretudo, educar as sociedades para valores éticos que sobreponham o egoísmo e o poder. Ferramentas tecnológicas, como sistemas de monitoramento em blockchain, podem ajudar a diminuir as brechas que a corrupção explora. No entanto, a verdadeira

 

evolução reside em uma cultura de integridade, onde a ética se torne mais vantajosa do que o ganho ilícito.

  1. Autoritarismos

Os autoritarismos, que emergem frequentemente em momentos de crise, são sintomas de uma regressão evolutiva na política humana. Eles impõem um controle centralizado, ignorando a diversidade de pensamento e a liberdade individual. A filosofia evolutiva encoraja a transição para formas de governança que sejam verdadeiramente representativas e inclusivas. Isso significa promover democracias participativas, onde os cidadãos têm voz ativa em suas próprias vidas e nas decisões que os afetam. A evolução política humana deve avançar para um sistema em que o poder não seja centralizado, mas distribuído de forma justa e responsável, garantindo a proteção dos direitos fundamentais de todos.

  1. Agressões contra Grupos Vulneráveis

A violência, exploração e discriminação contra grupos sensíveis, analfabetos, minorias raciais, mulheres, idosos e crianças, representam um atraso na evolução moral da humanidade. A filosofia evolutiva e em especial a resolutiva, desafia a sociedade a superar preconceitos herdados e a desenvolver empatia e respeito pela diversidade. Um pensamento evolutivo resolve essa questão ao promover políticas de inclusão, educação e aceitação da pluralidade humana como riqueza, e não ameaça. Essa visão requer uma transformação cultural, onde as diferenças sejam celebradas e protegidas, oportunizando- se-lhes um caminhar conjunto de possibilidades e não oprimidas. Com responsabilidade. Não é correto, para incluir minorias, afrontar as maiorias, convictas em valores sólidos e testados.

 

Não obstante, a trajetória da filosofia, especialmente no âmbito da Academia de Platão, nos convida a imaginar um modelo de sociedade em que o conhecimento e a razão guiem as decisões, ao invés das paixões ou dos interesses de elites dominantes. Platão acreditava que os filósofos, sendo aqueles que mais buscavam a verdade, deveriam ser os governantes, já que suas decisões seriam baseadas na sabedoria e na justiça. Esse conceito, embora idealizado, pode ser visto como uma precursão, se em linguagem atual, de um Sistema de Governo Científico.

Com o avanço das tecnologias e do conhecimento científico, o ideal platônico parece mais próximo de se tornar uma realidade. Hoje, o acesso à informação e o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial permitem decisões mais precisas, baseadas em evidências e análises complexas, sem os vícios que tradicionalmente caracterizam as democracias modernas: o autoritarismo disfarçado, a corrupção e o favorecimento de classes dominantes.

A ideia de um governo orientado por princípios científicos seria centrada no bem- estar da coletividade, da natureza e do próprio planeta. Diferente de democracias ‘capitalistas’ ou comunismos ‘capitalistas’ onde o poder econômico e interesses de poucos, abastados as decisões políticas, um sistema científico seria fundamentado no uso de dados, pesquisas e experimentos para tomar decisões justas e sustentáveis. Aqui, os interesses de todos os seres humanos, da fauna e flora, e até das futuras gerações, seriam considerados em conjunto, evitando a exploração e o consumismo que têm devastado o planeta.

Este sistema não seria simplesmente tecnocrático, mas filosófico e ético em sua essência, unindo a razão científica com valores humanitários e ecológicos. Em vez de um governo que se submeta a especulações e interesses financeiros, as decisões seriam voltadas à erradicação de problemas reais como a fome, as guerras, a escravidão moderna e as crises ambientais.

Na prática, isso significaria tomar medidas rigorosas para a preservação ambiental, garantindo que a exploração dos recursos naturais seja sustentável e equitativa. O combate à fome, por exemplo, poderia ser encarado como um problema de engenharia social e econômica, onde a distribuição de recursos seria baseada em dados reais sobre produção de alimentos, capacidade logística e necessidades populacionais. A pobreza, a desigualdade e as injustiças seriam tratadas como problemas a serem resolvidos com a mesma precisão que utilizamos para resolver desafios tecnológicos.

Um Sistema de Governo Científico necessita de uma população um pouco mais consciente, engajada e educada, capaz de compreender as decisões tomadas com base em dados, e disposta a questionar e aprimorar continuamente essas bases. Não seria um governo de “especialistas inacessíveis”, mas um modelo inclusivo, onde as ciências sociais, biológicas e físicas, junto à filosofia, uniriam esforços para preservar a dignidade humana e a integridade da natureza, contando com 9 suporte da História, de repercussões de erros w acertos de sistematizações. Esse modelo seria uma evolução das atuais democracias, afastando-se das pseudo-democracias que perpetuam a desigualdade e a exploração, aceitam interesses incongruentes de vontades pessoais daqueles que detém o poder, criando-se, dessa forma, um sistema verdadeiramente voltado ao bem comum, onde por exemplo, dissertações e teses cientificas, antes de seguirem para prateleiras e bancos de arquivos digitais, recebem pareceres à prioridade implementatória e imediato encaminhamento ao respectivo segmento de gestão de interesse sócio-govermamrntal.

A filosofia Evolutiva, em uma versão com maior comprometimento daqueles que às contribuições filosóficas se dedicam, ascendem à Filosofia Resolutiva, a qual pode oferecer um arcabouço de reflexão resolutiva para problemas que parecem insolúveis à primeira vista. Ela nos impele buscar por soluções viáveis, concretas e reais de plausíveis implementações, ainda que à médio e longo tempo, reconhecendo, a partir de realidades passadas e presentes, caminhos outros que não se confrontem ou sejam parte do conjunto de impedimentos que mantém e sustentam o problema como dependente de variáveis outras de complexas resoluções. Os erros passados também são considerados, sendo as possibilidades de aplicações, das novas resoluções, totalmente independentes das raízes primordiais das reconhecidas origens dos problemas. Soluções que resolvam problemas imediatos, ainda que minimizativamente, podem compor a solução definitiva, em uma forma preliminar. De nada adianta nada ser modificado, por aceitar-se somente uma resolução cabal, e nada ser feito no presente, sob bases sólidas às suas ampliações resolutivas e expansões no futuro. Onde observa-se retornarem as bases da Filosofia Evolutiva, à criação de sistemas sustentáveis para o futuro. A erradicação da fome, a eliminação das guerras, o fim da escravidão moderna, a superação da corrupção, a neutralização dos autoritarismos e o respeito aos direitos humanos de todos os grupos vulneráveis são etapas necessárias para uma evolução global e justa dependentes de um olhar diferenciado filosófico resolutivo. A humanidade necessita continuar refletindo, agindo e superando às realidades de altas complexidades e aparentemente insolúveis, sempre com o firme propósito de enfrentamento em buscas resolutivas ao que afligem a Humanidade, em construção de um mundo melhor para todos.

Toda nova tecnologia, quando utilizada de maneira sábia, com propósitos humanos e resolutivos, pode se fazer em pontes para esse aludido futuro, onde as decisões são tomadas não pela ganância, ignorância e emoções, sob as frágeis bases inconsistentes do achismo e infundadas do negacionismo, mas pela sabedoria acumulada cientificamente pela humanidade e pelo profundo respeito à vida.

Essa ‘complexa transição’ está em curso, como esteve no passado e continuará evoluindo em nosso futuro.

A Filosofia Evolutiva, da mesma forma como as Filosofias Antiga, Medieval e Contemporânea faz-se dependente da identificação com o complemento Resolutivo, para se fazer útil à Humanidade. Não há ciência sem aplicação concreta. Assim como não há filosofia sem essência resolutiva de problematizações humanas ou roteiro, poema e escrita sem mensagem. Na mensagem está uma maior ou menor visão crítica, resolutiva e colaborativa da literatura e demais artes e ciências para com a Humanidade.

Paulatinamente os filósofos ‘Da Ordem de Platão’ adeptos da ‘evolução científica’ conquistam empatia pública, ao apontarem caminhos e soluções às grandes problematizações humanas. Sempre, contemplando a ética a um amadurecimento conjunto global, sem conflitos, onde ciência e a solidariedade prevaleçam, e os interesses pessoais ou corporativos sejam suplantados por uma visão de médio e longo prazo, com possibilidades imediatas minimizativas, de início resolutivo das problematizações, respeitando e mantendo independência da esmagadora interdependência refreativa dos sistemas os quais, conscientemente buscam resultados diametralmente opostos àqueles de necessidades singulares e imediatas humanas – ecológicas e planetárias. Nestes ensaios filosóficos, tratamos sobre evolução e ciências puras, onde puro acena para a ausência do mal. Se na cultura observa-se também a existência da anticultura, nas filosofias e ciências não seria diferente, coexistindo a anti-ciência, na forma, sobretudo das indústrias bélicas,, do fumo, do álcool… Exigindo-se um constante repensar e refletir, sob bases evolutivas, com focos conscientes resolutivos, ao avanço dos sistemas em reativos progressos humanos.

Em verdade, conclusivamente, em um mesmo intervalo-tempo e plano terrestre, seres entorno do Mundo coexistem em distintas Eras, sob extremos e meios distintos de realidades e necessidades. Não enxergar tais abismos dicotômicos e necessidades de priorizações lítero-culturais, científicas e políticas, remete à imaturidade, inconsciência e ausência da razão. Além de pretencionismo, soberba e ilusões filósofo- autoconducionais descontextualizadas de Mundo.

*Professor Federal, Jornalista e Psicanalista, Especialista em Pesquisa Científica, Mestre em Relações Internacionais, Doutor em Ciências Educacionais, Pós- Doutor em Filosofia. Vinte e quatro livros publicados, 60 outros no prelo. Comendador e Crítico Literário, Coordenador da Obra IMORTAIS, da ALB, em sua VII Edição em 2024, em parceria com seu Organizador, Ms. Milton Pantaleão, Diretor Presidente da Editora Alternativa de Porto Alegre. Apresentador e prefaciador de uma centena de Obras Literárias, Cineasta pela AIC – Academia Mundial de Cinema/RJ. Produtor, Diretor e Roteirista, ao lado da esposa, Bacharel Dinalva Carabajal, dos Stúdios MarDin Filmes Copacabana. Presidente Fundador da ALB – Academia de Letras do Brasil ‘Da Ordem de Platão’. Professor Universitário: Gama Filho/RJ – Faceten/RR, Universidade em São Luís/MA. Ex- Consultor do Governo (FHC) do Brasil/ MEC, Ministério da Saúde, Ministério Extraordinário dos Esportes e Unicamp/SP. Indicação à Academia Suéca, em Estolcomo, ao Prêmio Nobel de Literatura/2023. Centenas de artigos em jornais, anteriores ao período digital. Empresário. Maior ideal: contribuir à Erradicação ou mesmo minimização da Fome no Mundo.

— Infra, entre outras, 3 entrevistas, com o pensamento de Mário Carabajal:

Minas Gerais. Jornal ROL – Entrevistadora: Escritora, Presidente Fundadora da ALBMG – Uberaba – Editora e Jornalista, Mestre, Magna Aspásia. Entrevistado: Prof. Dr. Mário Carabajal.

https://jornalrol.com.br/?p=50476

 

Brasília. Revista Cerrado Cultural – Entrevistador: Escritor, Membro da ALBDF

– Editor e Jornalista, Paccelli Zahler. Entrevistado: Prof. Mário Carabajal.

https://revistacerradocultural.blogspot.com/2012/01/perfil-mario-roberto- carabajal-lopes.html?m=1

 

Mato Grosso do Sul. Revista Criticartes – Entrevistador: Escritor, Ex-Presidente da ALBMS – Editor e Jornalista, Mestre, Rogério Fernandes Lemes. Entrevistado: Prof. Dr. Mário Carabajal.

https://revistacriticartes.blogspot.com/2017/02/entrevista-com-mario- carabajal.html?m=1

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